Pesquisas de dezembro demonstram aumento de consumo, mas queda na confiança do empresário
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com a Fecomércio Tocantins, realiza mensalmente pesquisas que medem a intenção de consumo das famílias, a confiança dos empresários do comércio e o percentual de endividados e inadimplentes em Palmas. Em dezembro, os dados demonstraram que houve aquecimento e aumento do consumo, porém empresários estavam menos confiantes.
Segundo a pesquisa ICF (Intenção de Consumo das Famílias) o seu indicador principal obteve uma variação mensal positiva de 3,1%. Analisando todos os pontos avaliados pela pesquisa, apenas os itens: acesso ao crédito e bom momento para aquisição de bens duráveis ficaram com variação negativa no período.
73,8% acreditam que o acesso ao crédito estava mais difícil e o presidente do Sistema Fecomércio Tocantins, Itelvino Pisoni, diz que o resultado reforça a necessidade da ampliação de crédito. “Com a forte burocracia e, claro, juros agressivos, é difícil que a as pessoas percebam que o acesso ao credito seja fácil no país de modo geral. Contudo, o crédito é uma das principais ferramentas para aquecer a produção e o consumo em um país. Por isso é necessário que haja uma desburocratização e incentivos para que o crédito chegue onde é preciso”, ressaltou.
Mas isso tudo com cautela já que a pesquisa que mede o endividamento e inadimplência (PEIC) mostra que houve um novo aumento em dezembro. Cerca de 72% dos entrevistados disseram estar endividados em Palmas. Desse total, 15% estavam inadimplentes e 1,4% não tinham condições de quitar suas dívidas no momento. Apesar desses dados, 64,5% consideravam-se pouco endividados. O ranking das principais dívidas mostrou o cartão de crédito como líder absoluto (82%) seguidos de carnês (18,4%) e financiamento de carros (18,3%).
Já a pesquisa que mede a confiança do empresário do comércio, após seis meses consecutivos de crescimento, em dezembro registrou uma queda de 0,7%. Dentre os entrevistados, 64,2% responderam que a economia piorou em dezembro, 59,2% que o setor de comércio melhorou e 64,1% que sua empresa melhorou. Sobre a expectativa para os próximos meses, 83,3% esperam que a economia melhore, 90% que o comércio tenha uma melhoria e 92,5% que sua empresa melhorará.
A nível nacional, a pesquisa também mostrou um cenário similar. Por isso, o presidente da CNC, Roberto Tadros, explicou que “O mês de dezembro é o mais importante do varejo em número de vendas. Este ano, apesar da pandemia, o IBGE tem mostrado que o desempenho do comércio vem melhorando, e a própria CNC revisou esta semana a expectativa de consumo em dezembro para um crescimento real de 3,4%. Mas a redução no valor do benefício emergencial e pressões sobre os custos e preços são fatores que ajudam a explicar essa pequena redução observada na confiança”.
Um ponto positivo é que 70,1% dos empresários entrevistados disseram ter a intenção de aumentar um pouco o número de funcionários em suas empresas.