Comércio varejista tem pior trimestre desde 2003
A queda acumulada de 0,8% no comércio varejista no primeiro trimestre do ano é o pior resultado para os três primeiros meses do ano desde 2003, quando o setor fechou em queda de 6,1%, em ambos os casos na comparação com igual período dos anos anteriores. Os dados foram divulgados hoje (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e indicam que em março o comércio varejista alcançou queda de 0,9%, em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal, neste caso, a segunda consecutiva em relação ao mês anterior.
Na comparação entre março deste ano e março do ano passado, o crescimento de 0,4% nas vendas do comércio varejista reflete variações positivas em 13 das 27 unidades da federação.
O principal destaque positivo foi o estado de Roraima, que chegou a registrar crescimento de 22,5% nas vendas do comércio; seguido do Acre, com 13,6%; Sergipe (7,4%), e Rondônia (6,5%). No que diz respeito às maiores participações positivas, destacaram-se o Rio de Janeiro, com crescimento de 4,2%; Santa Catarina (3,3%) e Paraná (2,4%).
Já entre as 14 unidades da Federação que registraram retração nas vendas, os principais impactos negativos foram exercidos por Mato Grosso (8,3%), São Paulo (0,4%) e Goiás (-6,7%).
Em relação ao comércio varejista ampliado, 16 estados registraram resultados positivos em termos de volume de vendas, na comparação com o mesmo período do ano anterior, destacando-se Roraima (12,4%), Acre (10,1%), Sergipe (7,6%) e Rio Grande do Norte (7,1%).
Os estados com maiores impactos positivos foram Rio de Janeiro (2,9%), Minas Gerais (3,3%) e Ceará (2,9%). Entretanto, as participações negativas de três estados na composição da taxa do varejo influenciaram o resultado negativo global de -0,7: São Paulo (-3,1%); Santa Catarina (-3,2%) e Rio Grande do Sul (-2,1%).
As vendas no comércio varejista ampliado também fecharam março com resultados negativos, em relação a fevereiro. As vendas no varejo ampliado caíram 1,6% no volume de vendas e 1,5% na receita nominal. O varejo ampliado inclui os setores veículos, motocicletas, partes e peças; material para construção; além de combustíveis e lubrificantes; hipermercados e supermercados; alimentos, bebidas e fumo; tecidos, vestuário e calçados; artigos farmacêuticos; entre outros.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve variações de -0,7% para o volume de vendas e de 5,1% na receita nominal. No que se refere às taxas acumuladas, o varejo ampliado fechou em -5,3% no resultado acumulado do ano e em -3,4% no dos últimos 12 meses para o volume de vendas. A receita nominal cresceu 0,5% de janeiro a março e 2,3% no acumulado dos últimos 12 anos.
Os dados disponibilizados pelo IBGE indicam que no varejo ampliado sete das dez atividades pesquisadas apresentaram variação negativa em março, comparativamente a fevereiro no volume de vendas.
As taxas negativas foram em equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,2%), material de construção (0,3%), tecidos, vestuário e calçados (1,4%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,2%), livros, jornais, revistas e papelaria (2,3%), móveis e eletrodomésticos (3,0%) e veículos e motos, partes e peças (4,6%).
Já as atividades com resultados positivos foram combustíveis e lubrificantes (2,8%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,2%).
(Fonte: EBC)