A CNC no Brasil dos próximos quatro anos
O comércio de bens, serviços e turismo é reconhecidamente fundamental para a economia do país. E a voz dos empresários que mantêm esse dinâmico setor em constante movimento, gerando riqueza, renda, empregos e impostos, precisa e merece ser ouvida.
É o que projetamos como uma das primeiras ações à frente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), já como resposta ao grande desafio de consolidar e ampliar o legado deixado pela histórica gestão de Antonio Oliveira Santos na CNC.
Vamos reforçar a interlocução com o governo do presidente Jair Bolsonaro, contribuindo para a adoção de políticas públicas que ajudem o Brasil a retomar o caminho de um crescimento sustentável. Nesse caminho de contribuição e diálogo, defendemos a necessidade da realização de reformas que consideramos inadiáveis.
O novo governo terá o desafio de dar continuidade ao enfrentamento da crise, iniciado de forma muito firme no governo do presidente Michel Temer, e um passo fundamental é o equilíbrio das contas públicas, sem onerar ainda mais o setor produtivo com aumento de impostos. Pelo contrário, precisamos de uma simplificação tributária que seja acompanhada da redução de impostos, alinhando o sistema brasileiro às práticas internacionais. A simplificação na arrecadação de impostos com maior uso da tecnologia é uma das principais demandas das empresas representadas pela CNC.
Com o objetivo de debelar a crise fiscal, será necessário, com a devida urgência, equacionar o déficit da Previdência e garantir a sustentação do teto de gastos. A atual crise que o Brasil atravessa é de crescimento e de desemprego, motivada pela falta de novos investimentos que, por sua vez, não ocorrem devido à crise fiscal.
Nesse sentido, o caminho das reformas é incontornável. E um bom exemplo dos benefícios que podem ser alcançados por toda a sociedade é a modernização trabalhista, que completou um ano desde a sua promulgação. Estudo recente divulgado pela CNC revelou que a reforma trabalhista, instituída pela Lei nº 13.467/2017, possibilitou ganhos salariais para os trabalhadores do comércio, desafogou a Justiça de processos e não tornou precários os contratos de trabalho em decurso.
Além da defesa das reformas, outra frente de atuação da Confederação no novo governo e na sociedade será mostrar a importância de dois dos maiores sistemas de desenvolvimento social do Brasil – o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) – e ampliar o atendimento às populações mais carentes e longínquas do território nacional.
Ao longo de mais de 70 anos de atividades, o Sesc e o Senac – instituições de natureza privada, é bom que se diga – vêm cumprindo um papel de alta relevância social. Criadas e mantidas com recursos dos empresários, as duas entidades tornaram-se um ser vivo, atuantes e participativas, integradas à comunidade e cumprindo papel importantíssimo: chegar a todos os lugares para impulsionar o desenvolvimento econômico e social, qualificando profissionalmente milhões de brasileiros, levando cidadania e qualidade de vida, em suma, combatendo a violência na sua origem, e não na sua causa.
Estamos diante de um governo que está preocupado em fazer com que os recursos destinados aos projetos de transformação da sociedade alcancem quem mais necessita. E nisso seremos parceiros para juntos construirmos um Brasil mais ético e mais conectado com as demandas da sociedade.
A CNC sempre trabalhará por dias melhores para o nosso país, mas deixando absolutamente patente que o fundamental é que tenhamos democracia e respeito às bases do nosso sistema capitalista. É preciso garantir que o país tenha segurança jurídica e liberdade para empreender.
O povo brasileiro precisa resgatar sua esperança tanto na economia quanto na política. Com segurança jurídica, liberdade para empreender e um país com as contas em ordem, as empresas responderão com mais investimento, criando mais empregos e remunerando melhor os trabalhadores, em um círculo virtuoso que impulsionará a economia e o crescimento.
É com firmeza de propósitos e confiança no futuro que a CNC vai buscar caminhos de diálogo construtivo com o novo governo e a sociedade, sempre em defesa do setor terciário e do Brasil. É nisso que acreditamos e é para isso que trabalharemos nos próximos anos.
José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.